17.3.08

De quando eu me fiz autor para teatro.




O PROCESSO COMO DRAMATURGO


Meus textos são criados pela insistência que a vida dá as coisas. De tanto vê-las, presenciá-las e vivê-las, elas acabam se transformando numa forma literaria que é a única que eu conheço, apesar de não dominar: o texto dramatúrgico.

O texto dramatúrgico surgiu em mim pela convivência com o teatro. aprendi a escrevê-lo de cima do palco. Imagino que conheço os enredos da trama teatral, penso que sei do movimento das cenas e dos personagens imbutidos nela.

Meu primeiro texto que foi levado ao palco, que eu me lembre, foi uma peça encenada por um grupo de dança chamada A ESTRADA, dirigida pela professora Rene Welsh. Foi resultado da minha vivência real com uma estrada onde todo dia eu a viajava dentro dela por 45 pra ir dar aulas.

Era tão intensa e próxima a minha vivência, que naturalmente, um texto ai se fez.

Depois, todos os outros assim vieram desta minha vivência, ou às vezes, morrência.

Vivo Numa Ilha foi um acúmulo de lendas e histórias que resultaram na minha cabeça em uma historia maior e depois de muita luta e tentativa , foi levada ao palco.

Quatro, foi um texto mais adulto, onde eu começava a me descobrir gente, a descobrir os que me rodeavam e a me ver como roteirista de teatro, já que dramaturgo seria uma denominação muito alta pra meu baixo cargo de mula, carregando personagens angustiados de vida, pra fora do círculo da imaginação, que muitas vezes eu acreditava coletiva, e jogando-os sobre um palco, quase irresponsavelmente.


Mulheres Nuas foi resultado da minha convivência rodeado de mulheres. Traduzi toda minha vivência com esta outra espécie de humanos num texto que eu não sei se é uma homenagem ou uma sátira.